terça-feira, 21 de maio de 2013

Imigração e aumento da população feminina mudam imagem da Austrália

A população da Austrália superou recentemente a marca dos 23 milhões de habitantes. E, conforme os números mudam no país, o mesmo acontece com sua imagem
 
Estrangeiros tendem a ter uma percepção estereotipada dos australianos. Muitos veem os "aussies" - como costumam ser chamados os nativos desse país - como indivíduos de humor ácido e uma autoconfiança que beira a pretensão.
 
 Mas dados do Escritório de Estatísticas do país mostram que está na hora de esquecer o "Crocodilo Dundee": o povo australiano de hoje, na média, não tem nada a ver com um homem bronco, sentado em sua varanda com uma cerveja na mão, ou uma loira surfista.
 
A mulher australiana "média" tem 37 anos, é casada e tem dois filhos. Também vive em uma casa de três quartos, em uma das principais cidades australianas. Além disso, em um país onde os cargos de primeiro-ministro e governador-geral são ocupados por mulheres, esses dados recentes confirmam o que os demógrafos já desconfiavam há algum tempo: a Austrália está se tornando um país cada vez mais feminino. 
Hoje, uma em cada cinco pessoas que vivem na Austrália fala uma língua diferente do inglês em sua casa, sendo o mais comum o mandarim - o que reforça como a China em especial (e a imigração em geral) está mudando a cara do país dos cangurus.
O aussie médio é católico e não anglicano em função do grande número de imigrantes das Filipinas e do Vietnã, de irlandeses e imigrantes do Mediterrâneo.
Também é notável o forte crescimento de grupos não-cristãos, explicado, mais uma vez, pela imigração. Das religiões não-cristãs, a maior delas é o budismo (2,5% da população), o islamismo (2,2%) e hinduísmo (1,3%). De 2006 para 2011, o número de hinduístas na Austrália quase dobrou, passando de 148.130 para 275.534 seguidores.
De acordo com Rebecca Huntley, do instituto de pesquisas Ipsos Mackay, traçar esse novo perfil da população australiana é muito oportuno porque os cidadãos australianos estão chateados com a imagem estereotipada do país no exterior e os clichês usados para "vender" a Austrália turisticamente.
Pesquisas recentes mostram, por exemplo, que as pessoas têm implicância com o sotaque anasalado da primeira-ministra Julia Gillard, por causa de como ele soa em fóruns internacionais. "A voz no estilo Kath e Kim – premiada série de TV australiana - alimenta a ideia de que somos uma nação de Shane Warnes (famoso jogador de críquete)", diz Rebecca.

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