Ex-mordomo do Papa afirma ter sido “guiado pelo Espírito Santo” para vazar documentos do Vaticano
Casado e pai de dois filhos, o mordomo era um dos poucos laicos com acesso aos apartamentos do Papa. Além dele, será julgado também o especialista em informática Claudio Sciarpelletti, como sendo cúmplice de Gabriele no caso.
Os documentos vazados apontavam caos de corrupção em negócios do Vaticano com empresas italianas, incluindo serviços superfaturados, e detalhavam rivalidades entre cardeais e conflitos a respeito da administração do banco do Vaticano.
De acordo com a denúncia judicial, o mordomo do papa afirma que sua motivação para o desvio desses documentos seria fazer uma “limpeza” na Igreja Católica, por ter visto “o mal e a corrupção em todo lugar da Igreja”. Ele disse ainda que quis, com a divulgação das informações, cortar o mal pela raiz, “porque o papa não estava suficientemente informado”.
- Vendo mal e corrupção em toda parte na Igreja… estava certo que esse choque da mídia seria saudável para ajudar a trazer a Igreja de volta ao seu caminho certo… Eu pensava que este papel era justamente do Espírito Santo, pelo qual me sentia, de certa forma, guiado – afirmou Gabriele
De acordo com o juiz que cuida do caso, além dos documentos foram encontrados na casa Gabriele, durante a busca, três objetos que pertenciam a Bento XVI: um cheque bancário de 100.000 Euros a nome do Papa, uma pepita de ouro, e uma gravura da Eneida, impressa em Veneza em 1581.
Paolo Gabriele responderá pelo crime de furto qualificado e Claudio Sciarpelletti, que é funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano, será acusado pelo crime de cumplicidade no caso. Ambos irão a júri popular, ainda sem data marcada.
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